sábado, 28 de abril de 2012

Saudades...


É nestes dias chuvosos, solitários e tristes que normalmente teimamos em relembrar tudo aquilo que já tivemos e que perdemos por diversos motivos. É nestes dias, que me apetece enfiar debaixo dos lençois e nunca mais sair de lá. É quase como se estes dias negros e sem sol fossem a fotocopia de uma parte da minha alma, aquela que ainda tem as feridas por curar e as cicatrizes mais recentes de uma vida de altos e baixos. A chuva bem que poderia representar as lagrimas que não deitei e que queria ter deitado, as lagrimas que contive de modo a que todos pensassem que era forte e resistente, é como se o céu fizesse por mim aquilo que queria e devia ter feito.
É nestes dias que o passado volta a assombrar-me, e que as saudades voltam a apertar, e que a vontade de abraçar e dizer o quanto são importantes para mim aqueles que um dia estiveram ao meu lado todos os dias.
Sinto falta de palavras, de gestos, de sorrisos e de lagrimas, sinto falta de sentir aquele sentimento de missão cumprida, sinto falta do sentimento que nos dá alento para enfrentar cada dia da nossa vida.
Dava tudo para poder voltar atrás, não para remediar aquilo que fiz de errado, mas para viver uma ultima vez tudo aquilo que de bom me aconteceu. São demasiadas as coisas que me fazem querer voltar, e são demasiado poucas as coisas que me fazem querer ficar aqui. Necessito de me sentir vivo, e não como se fosse apenas um corpo a vaguear por este mundo.
É nestes dias negros que tudo vem ao de cima, e nos sentimos mais sozinhos, e olhamos pela janela e perguntamos: " O  que é que eu vou fazer da minha vida?"...
Tenho saudades de tudo aquilo que já tive, mas principalmente, tenho saudades da imensa felicidade que o meu eu do passado tivera..

domingo, 18 de março de 2012

Tentar...

Por vezes chegamos a um certo ponto da nossa vida em que tudo aquilo que fazemos é tentar. Tentar esquecer, tentar perdoar, tentar compreender, tentar vencer, tentar encontrar, tentar saber, tentar aprender...
Mas, no entanto, tentar não chega, falta sempre aquela ânsia de conseguir fazer algo, a ânsia de nos sentirmos realizados e bem connosco.
Com o passar do tempo, nós, pessoas, não todas, mas a maioria, vamos nos acomodando ao pouco que temos, e começamos a viver consoante o que podemos ou não fazer dependendo das dificuldades que cada um tem.
Os dias começam a ser todos iguais, a rotina começa a ser a mesma, e começa a surgir dentro de nós uma vontade enorme de fugir, ir para um sítio onde ninguém nos conheça em que finalmente possamos começar de novo. Mas por mais que queiramos fugir existe sempre alguma coisa que nos prende ao sítio onde estamos. Os amigos, a família, aquilo que conhecemos como a palma da nossa mão, mas acima de tudo, o que nos prende a todos, é a esperança, a esperança de que o próximo dia seja diferente, a esperança de que no próximo dia iremos finalmente encontrar aquilo que procuramos uma vida inteira, aquilo que nos falta para estarmos completos.
Tudo seria mais fácil se todos nós fossemos "cobardes" e largar tudo aquilo que amamos, tudo aquilo que realmente conhecemos, tudo aquilo que um dia nos fez feliz, só para fugir ás pressões que sofremos no nosso dia a dia. No entanto, a maioria de nós tem uma bravura sem igual, tem aquela coragem de ficar, e aguentar, mesmo que se torne quase insuportável, aguentar acreditando que um dia tudo vai mudar e que tudo vai ser como era suposto ser.
Ninguém nos disse quando nascemos que a vida iria ser fácil, ninguém nos garantiu que iríamos ser sempre felizes, ninguém nunca prometeu que nunca existiriam duvidas e necessidade de fugir de tudo, ninguém nos prometeu nada disso, mas a vida sem essas adversidades todas não teria a mesma piada. A piada da vida da no vasto mar de desafios que enfrentamos todos os dias, e sabemos se a vida valeu a pena ou não quando no final, olharmos para trás e recordarmos que com mais ou menos dificuldade ultrapassamos esses obstáculos todos.
Um dia em vez de tentarmos esquecer iremos recordar com saudade todos os momentos passados, em vez de tentar perdoar iremos perdoar mesmo, iremos deixar de tentar vencer e iremos começar a conseguir tudo aquilo que realmente queremos.
Tudo isto depende nós, de como enfrentamos a vida e também das pessoas que temos ao nosso lado. Ao meu lado, tenho pessoas incríveis, por sei, que por mais difícil que sejam os meus dias, por mais triste que esteja, por mais saudades que tenha, sei que estará sempre ali, aquela mão para me levantar a cabeça, e dizer-me que o caminho é em frente e não para baixo...
Obrigado...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

5 de Julho de 2010

Foi neste dia que me juntei à equipa Continente, na altura Modelo...
Alistei-me com o objectivo de trabalhar, ganhar o meu próprio dinheiro, a minha própria independência e ganhar um pouco mais de responsabilidade.
Mal sabia eu que ao longo do meu percurso iria conhecer pessoas que vão marcar a minha vida para sempre. Pessoas com as quais tive o prazer de viver momentos inesquecíveis, tanto fora como dentro da superfície comercial.
Nunca irei esquecer os risos, as lágrimas, as tonteiras, os olhares e os desabafos trocados naquelas caixas do nosso Continente. Nunca irei esquecer as mesma coisas, mas quando estávamos todos juntos fora do trabalho. Com vocês partilhei grandes momentos, muitos deles os melhores da minha vida. Foi lá que encontrei o meu destino, e de lá vou sair com a cabeça erguida, sabendo que fiz aquilo que me competia da melhor maneira que sabia, e saio de lá com pena, mas com o coração repleto de felicidade por ter feito amigos como vocês. Amigos extraordinários, puros, sinceros, doidos, complicados.. Mas amigos verdadeiros.. E isso compensa toda e qualquer coisa de mal que possa ter acontecido...
Neste momento estou em condições de dizer que já não passo sem vocês e que vocês são essenciais... Obrigado por todo o apoio dado, pelas folgas trocadas, pelas palavras amigas e por todos aqueles momentos em que estivemos juntos e nos divertimos a valer. Momentos que irão ficar gravados para sempre na minha memória, e momentos, que espero sinceramente não deixem de se repetir...
Obrigado a todos...
Estão todos aqui <3...

Bombeiros do Continente Modelo para sempre.. =DD

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Destino

Destino...
Palavra que até à bem pouco tempo não entrava no meu dicionário. Sempre fui do tipo de pessoa que não acreditava no destino, e que vivia a vida consoante as minhas próprias leis.
No entanto, num passado recente, a palavra destino começou a fazer mais sentido para mim. Digamos que conheci o meu destino no mês de Setembro do ano de 2010, e mal sabia eu que esse era o meu destino, que era aquilo por que tanto ansiava desde à muito tempo.
Bastou uma primeira reacção para perceber que o contacto que tinha começado nesse mesmo mês estava destinado a ser algo de inesquecível, algo de extraordinário e importante na minha vida.
Depois de algumas conversas senti uma proximidade e uma intimidade com esse destino que nunca tinha encontrado em toda a minha vida, uma relação difícil de explicar e bastante complicada, no entanto, uma relação da qual eu não estaria disposto a abdicar.
No entanto, a vida não é um mar de rosas, e o destino pregou-me algumas rasteiras, assim como eu, passado uns tempos, preguei também algumas rasteiras a esse mesmo destino, ainda assim, o destino é algo que nos está destinado aconteça o que acontecer, e em Outubro de 2011, tive a certeza absoluta de que não iria deixar que o meu destino fugisse outra vez, e então agarrei-me a ele com unhas e dentes e não faço intenções de o deixar escapar novamente.
Tomei a decisão de viver o meu destino, de seguir a minha caminhada pela vida de mão dada com ele, porque sei que ele esteve toda a vida à minha espera assim como eu estive à espera dele, e se depois de tanta complicação e pressão o meu destino não mudou e esteve sempre lá, é porque sem sombra de duvidas, o destino que conheci finalmente em Setembro, era mesmo o destino da minha vida.
Por isso, não devemos ignorar a palavra destino, ou simplesmente riscá-la do nosso dicionário, porque um dia ele pode bater-nos à porta sem nós estarmos à espera...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dança

17 de Setembro de 2011.

Foi este o dia em que reencontrei finalmente o sitio a que pertencia. Assim que passei pelas portas daquele pavilhão tão conhecido por mim, foi tal o sentimento de bem estar e de completa confiança que senti, que logo descobri que era ali o meu lugar, entre os grandes artistas do mundo da dança, e é a esse mundo que eu pertenço.

O facto de ver todos aqueles dançarinos a treinar antes de entrar em pista, e tambem o facto de ver que cada um sentia mais ou menos os mesmos nervos que eu, fez que com que um sorriso que já á muito eu não transparecia se ilumina-se no meu rosto.

Até aqui chegar, houve um tempo em que desisti desta paixão, em que desisti daquilo que me trazia a verdadeira felicidade, por motivos pessoais e financeiros tive que abdicar deste meu grande sonho, e se não fosse pelo facto de duas pessoas tão importantes para mim andarem a insistir para que eu voltasse muito provavelmente a esta hora ainda estaria incompleto, sem aquilo que me faz feliz.

Entrar para a escola de dança em que estou agora foi das melhores coisas que me aconteceu ao longo da minha vida, assim que pisei pela primeira vez o chão daquele amplo espaço de treino senti logo uma enorme empatia com toda a gente, foi tão bem recebido, mais do que aquilo que eu podia esperar, fiz enormes amizades, e tive a oportunidade de privar com pessoas simplesmente incriveis.

Arranjei um par como nunca esperei arranjar, uma pessoa que me compreende, que sabe como eu sou, que é parecida comigo, tanto em termos de personalidade como em termos de dança, uma pessoa em que eu tenho imenso orgulho e um imenso prazer de poder estar a dançar com ela.

Reencontrei passado muito tempo um grande amigo, porventura o meu melhor amigo, aquele que nunca desistiu de mim apesar do afastamente que houve entre nós, aquele que me deixou sempre as portas abertas e que nunca perdeu a esperança de que um dia eu viesse a fazer novamente parte da mesma escola que ele.

Conheci pessoas novas, pessoas diferentes, pessoas especiais, mas o que mais me impressionou foi o espirito de grupo patente naquele local, um espirito que eu já não encontrava numa escola de dança á muito tempo mesmo. Ah e ainda arranjei um cunhado bestial. A todos eles o meu muito obrigado, porque se não fossem por eles eu tinha desistido por completo do meu sonho.


Não posso deixar de agradecer individualmente ás duas pessoas que tiveram o papel mais preponderante e que foram aquelas que não me deixaram desistir. Ruben obrigado por tudo, foste aquele que praticamente me ensinou os primeiros passos no mundo dança, e provavelmente foste aquele que nunca deixou de acreditar nas minhas qualidades e no que eu podia trazer de novo, muito obrigado mesmo.

Patricia, minha piquena, até não chegam as palavras para te agradecer, obrigado mesmo, porque graças a ti voltei a fazer uma coisa que amo, obrigado pelo teu voto de confiança e acima de tudo pela tua amizade, estou e estarei sempre aqui para o que precisares, e nós ainda vamos dar muito que falar vais ver.


A todos, mas a todos mesmo, desde direcção, alunos e professores, o meu muito obrigado por voltarem a acender esta chama que nunca esteve apaga, mas que esteve muito enfraquecida durante muito tempo.


Povoa da Isenta para sempre.. =)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

12ºI

Os melhores anos da nossa vida passam a correr por nós e nem damos por eles passarem, e depois chegamos onde eu estou, a olhar para trás e para tudo o que aconteceu, desejando voltar a viver aqueles pequenos momentos, com aquelas pessoas tão especiais para nós e que nos marcaram, cada uma da sua maneira especial.
Falo claro, dos nossos anos de secundário, acreditem ou não foram os melhores anos que já tive, em que conheci pessoas fantásticas, divertidas, inteligentes, malucas, distraídas, queridas, compreensivas, impulsivas, algumas completamente irracionais e outras de que não faz sentido falar.
Ao longo 3 anos muitas foram as aventuras que vivi convosco, mais no ultimo é certo, mas guardo dentro de mim momentos especiais de cada um dos anos que passamos juntos. Éramos provavelmente a turma mais diferente, mas também a mais unida que aquela escola alguma vez já viu. Apesar de sermos todos diferentes uns dos outros, alguns de nós, a maioria penso eu, soube por de lado as suas diferenças e ajudar-mo-nos uns aos outros sempre que foi preciso, o sentimento de união e lealdade que uniu a maioria dos membros desta fantástica turma foi um factor crucial para que, eu pessoalmente, conseguisse passar por muitas situações complicadas. Acreditem que mesmo sem saberem, mesmo sem terem o total conhecimento daquilo que se passava vocês foram as pessoas que estiveram sempre no sitio certo, à hora certa para fazer sair um sorriso dos meus lábios quando este teimava em trancar-se a sete chaves.
No dia 14 deste mesmo mês, a nostalgia abateu-se sobre mim, e sobre muitos de vocês tenho a certeza, uma nostalgia tal que me fez voltar ao sitio onde estava-mos todos à um ano atrás, sentados ou de pé, numa sala pintada com tons pálidos, com janelas a todo o comprimento da parede, e à nossa frente estava o professor que mais ia sofrer nas nossas mãos e nós nas mãos dele claro...
Existiram estoiros, existiu o famoso calão, existiu cantorias, existiu actos patrióticos, existiu homenagens ás nossas touradas... Mas acima de tudo, dentro dessa sala, existiu amizade, existiu cumplicidade, existiu compreensão, existiram desabafos, e chegou até a existir lágrimas...
Foi dentro daquelas 4 paredes que passamos grande parte do nosso ultimo ano, foi dentro dessas 4 paredes que deixamos parte de nós, todo o nosso esforço, toda a nossa luta, todas as nossas magoas, todas as nossas alegrias, foi nessas 4 paredes e nas nossas memorias que ficaram, e ai vão ficar para o resto da vida.
Felizmente, muitos de nós conseguiram transportar esta amizade e esta cumplicidade para fora dessas 4 paredes, nunca nos iremos esquecer dos almoços fora da escola, nunca iremos esquecer os atrasos propositados a determinadas aulas, nunca iremos esquecer as gomas que comiamos por conta de outrem, nunca iremos esquecer todas as pequenas e simples coisas que fizeram com que este ano se tornasse tão especial.
Tive a honra e o privilégio de estar presente em alguns dos momentos importantes destes nossos amigos, desde festas de anos só assim demais até um ida a uma tatuador, para alguém muito importante fazer a sua primeira tatuagem.
Vocês fizeram mais por mim do que qualquer outra turma teria feito, ficará sempre gravado no meu coração o dia 12 de Maio de 2011. Todas as palavras e os gestos ficaram marcados a ferro e fogo.
Agora que chegou ao fim mais uma etapa da nossa vida, muitos de nós irão seguir direcções opostas, e será mais dificil voltar-mos todos a socializar. Ainda assim, deixo-vos um pedido especial, nunca tirem da vossa memoria o 12ºI, e quando um dia mais tarde estiverem na apresentação dos vossos filhos, naquela que foi a nossa escola durante tempo, lembrem-se que foi ali que provavelmente passaram alguns dos melhores anos da vossa vida.

A todos vocês os meu muito obrigado 12ºI. Espero voltar a vê-los. Sentirei a vossa falta.

E cuidadooooooooo.. =D



Saudades

Engraçado como por vezes caminhar ao longo de estradas sem fim e observar com toda a nossa atenção tudo o que nos rodeia, consegue trazer-nos memorias que pensamos não mais existirem. O simples som de um comboio, ou ate mesmo o som banal de um pássaro a cantar nos pode trazer memorias que ficaram empoeiradas e esquecidas no fundo da nossa mente.
Pela primeira vez em muitos anos, recordei novamente o meus tempos de infância, momentos que não vão voltar, momentos que podemos apenas recordar através daquilo que retemos dentro da nossa massa cinzenta. O facto de um grupo de miúdos com idades entre os 3 e 5 anos despertou em mim um sentimento de nostalgia do qual não estava à espera, fez-me recordar momentos em que era feliz, feliz no verdadeiro sentido da palavra, feliz porque tinha tudo aquilo que precisava, tinha varios amigos (que importa se eram verdadeiros ou não?), tinha uma namorada por dia, não tinha desilusões, não tinha problemas financeiros, não tinha nada do que a vida me está a dar agora. Problemas.
Lembro-me tão bem de dizer sempre à minha mãe que não queria crescer, que queria ficar menino para sempre, tal como o peter pan...
Oh momentos maravilhosos, em que nós crianças não tinhamos a consciencia de nada, tal como nos diz o nosso Fernando Pessoa, e por vezes tenho que concordar com ele, porque por vezes ter consciencia das coisas é sinonimo de sofrimento ou desilusão.
Como era saborosa a incosciencia da infancia...
Como eu gostava de voltar atrás...
Como eu gostava de poder voltar aquela epoca e deixar esta para trás e ser novamente inconsciente..